
Segundo a carta, muitos dos que estão ali são perseguidos pelo CCPG — o partido comunista do governo chinês —, e são sentenciados a passar em média entre 1 e 3 anos nesses campos de trabalho como forma de punição por não concordarem com o regime do partido. Contudo, as condenações são feitas sem que haja qualquer tipo de julgamento formal, e o autor conta ainda que a maioria é inocente.

Os campos de trabalho chineses — eles existem sim e são bem conhecidos — estariam destinados a receber condenados por crimes pequenos (principalmente viciados em drogas, prostitutas e ladrões insignificantes), que são enviados para cumprir suas penas. Entretanto, segundo uma estimativa da ONU, em 2009 havia 190 mil pessoas nesses locais, presas ali sem receber sentença judicial. A Anistia Internacional calcula que existem mais de 300 desses campos.
Por sorte, a mídia tem mostrado bastante interesse sobre as terríveis condições de trabalho em alguns lugares na China, revelando ao mundo o que acontece por lá. Além disso, a própria iniciativa de pessoas como a que escreveu o pedido de socorro tem contribuído para isso. Aliás, após um ano desde a descoberta da carta, o autor decidiu se revelar.

Desde então, o campo de trabalho de Masanjia foi desativado, e o atual governo chinês parece disposto a rever a política de “reeducação através do trabalho”. Além disso, as autoridades chinesas admitem que nesses locais as condições de trabalho e sobrevivência são complicadas, mas negam que os condenados sejam submetidos a torturas. No entanto, aqueles que resolvem falar sobre o que acontece nos campos podem ser presos e sofrer severas punições.
Em sua opinião, o que poderíamos fazer para contribuir de alguma forma para que esse tipo de situação não volte a se repetir? O que você sugere? Deixe sua opinião nos comentários.


